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segunda-feira, 29 de junho de 2009

acompanhamento








O QUE É LETRAMENTO?

Um texto da professora Magda Becker Soares, que fala sobre as diferenças entre letramento e alfabetização. Ela destaca a importância do aluno ser alfabetizado em um contexto onde leitura e escrita tenham sentido. Publicado no jornal Diário do Grande ABC em 29 de agosto de 2003.

Letrar é mais que alfabetizar,é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno. Magda Becker Soares, professora titular da Faculdade de Educação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e doutora em educação, explica que ao olharmos historicamente para as últimas décadas, poderemos observar que o termo alfabetização, sempre entendido de uma forma restrita como aprendizagem do sistema da escrita, foi ampliado. Já não basta aprender a ler e escrever, é necessário mais que isso para ir além da alfabetização funcional (denominação dada às pessoas que foram alfabetizadas, mas não sabem fazer uso da leitura e da escrita). O sentido ampliado da alfabetização, o letramento, de acordo com Magda, designa práticas de leitura e escrita. A entrada da pessoa no mundo da escrita se dá pela aprendizagem de toda a complexa tecnologia envolvida no aprendizado do ato de ler e escrever. Além disso, o aluno precisa saber fazer uso e envolver-se nas atividades de leitura e escrita. Ou seja, para entrar nesse universo do letramento, ele precisa apropriar-se do hábito de buscar um jornal para ler, de freqüentar revistarias, livrarias, e com esse convívio efetivo com a leitura,

apropriar-se do sistema de escrita. Afinal, a professora defende que, para a adaptação adequada ao ato de er e escrever, “é preciso compreender, inserirse, avaliar, apreciar a escrita e a leitura”. O letramento compreende tanto a apropriação das técnicas para a alfabetização quanto esse aspecto de convívio e hábito de utilização da leitura e da escrita.

Apropriação do sistema de escrita

Uma observação interessante apontada pela educadora Magda Soares diz respeito à possibilidade de uma pessoa ser alfabetizada e não ser letrada e vice-versa. “No Brasil as pessoas não lêem. São indivíduos que sabem ler e escrever, mas não praticam essa habilidade e alguns não sabem sequer preencher um requerimento.” Este é um exemplo de pessoas que são alfabetizadas e não são letradas. Há aqueles que sabem como deveria ser aplicada a escrita, porém não são alfabetizados. “Como no filme Central do Brasil – alguns personagens conheciam a carta, mas não podiam escrevê-la por serem analfabetos. Eles ditavam a carta dentro do gênero, mesmo sem saber escrever. A personagem principal, a Dora (interpretada pela atriz Fernanda Montenegro), era um instrumento para essas pessoas letradas, mas não alfabetizadas, usarem a leitura e a escrita. No universo infantil há outro bom exemplo: a criança, sem ser alfabetizada, finge que lê um livro. Se ela vive em um ambiente literário, vai com o dedo na linha, e faz as entonações de narração da leitura, até com estilo. Ela é apropriada de funções e do uso da língua escrita. Essas são pessoas letradas sem ser alfabetizadas.”

Contexto Social

Para Magda, um grave problema é que há pessoas que se preocupam com alfabetização sem se preocupar com o contexto social em que os alunos estão inseridos. “De que adianta alfabetizar se os alunos não têm dinheiro para comprar um livro ou uma revista?” A escola, além de alfabetizar, precisa dar as condições necessárias para o letramento. A educadora faz uma critica ao Programa Brasil Alfabetizado, do Ministério da Educação que prevê a alfabetização de 20 milhões de brasileiros em quatro anos. Para ela, o programa irá, na melhor das circunstâncias, minimamente alfabetizar as pessoas num sentido restrito. “Onde elas aprendem o código, a mecânica, mas depois não saberão usar.” Um ponto importante para letrar, diz Magda, é saber que há distinção entre alfabetização e letramento, entre aprender o código e ter a habilidade de usá-lo. Ao mesmo tempo que é fundamental entender que eles são indissociáveis e têm as suas especificidades, sem hierarquia ou cronologia: pode-se letrar antes de alfabetizar ou o contrário. Para ela, essa compreensão é o grande problema das salas de aula e explica o fracasso do sistema de alfabetização na progressão continuada. “As crianças chegam no segundo ciclo sem saber ler e escrever. Nós perdemos a especificidade do processo”, diz.A educadora argumenta que a criança precisa ser alfabetizada convivendo com material escrito de qualidade. “Assim, ela se alfabetiza sendo, ao mesmo tempo, letrada. É possível alfabetizar letrando por meio da prática da leitura e escrita.” Para isso, Magda diz ser preciso usar jornal, revista, livro. Sobre as antigas cartilhas que ensinavam o ‘Vovô viu a uva’, a educadora afirma que muitas crianças nunca viram e nem comeram uma uva. “Portanto, é necessária a prática social da leitura que pode ser feita, por exemplo, com o jornal, que é um portador real de texto, que circula informações, ou com a revista ou, até mesmo, com o livro infantil. Tem que haver uma especificidade, aprendizagem sistemática seqüencial, de aprender.”

A professora Magda Soares afirma que o PNLD (Programa Nacional do Livro Didático), desenvolvido pelo MEC (Ministério da Educação), é excelente porque “avalia o livro didático segundo critérios sensatos”. Mas ela enfatiza que na alfabetização e letramento há um problema a ser resolvido. “As cartilhas desapareceram do mercado. Não se fala mais em cartilha, fala-se em livro de alfabetização. Mas com o desaparecimento das cartilhas, praticamente desapareceu também o conceito de método. Não é possível ensinar a ler e escrever, ou qualquer coisa em educação, sem um método. Há poucos livros de alfabetização que tenham uma organização metodológica para orientar professores e crianças envolvidos neste processo de aprendizagem. Os professores usam precariamente os livros de que dispõem ou buscam as cartilhas nas prateleiras da biblioteca da escola.”

Para todas as disciplinas

Outro fato destacado por Magda é que o letramento não é só de responsabilidade do professor de língua portuguesa ou dessa área, mas de todos os educadores que trabalham com leitura e escrita. “Mesmo os professores das disciplinas de geografia, matemática e ciências. Alunos lêem e escrevem nos livros didáticos. Isso é um letramento específico de cada área de conhecimento. O correto é usar letramentos, no plural. O professor de geografia tem que ensinar seus alunos a ler mapas, por exemplo. Cada professor, portanto, é responsável pelo letramento em sua área.” Em razão disso, a educadora diz acreditar que é preciso oferecer contexto de letramento para todo mundo. “Não adianta simplesmente letrar quem não tem o que ler nem o que escrever. Precisamos dar as possibilidades de letramento. Isso é importante, inclusive, para a criação do sentimento de cidadania nos alunos.”




LETRAMENTO
LETRAMENTO



Letramento, uma palavra muito em voga nos dias atuais. Professores e pedagogos estão se especializando nessa área da língua portuguesa. Diversos autores e conhecedores do assunto definem com especificidade a sinonímia da palavra. Muitos dicionários não especificam a palavra, só aqueles mais completos. Considera-se letramento o processo de aprendizado do uso da tecnologia da língua escrita. Um dos significados usuais para esse processo de aprendizagem tem como significado os atributos em que a criança pode usar os recursos da língua escrita em momentos de fala, mesmo antes de ser alfabetizada. Esse aprendizado se dá a partir da convivência dos indivíduos (crianças, adultos), com materiais escritos disponíveis - livros, revistas, cartazes, rótulos de embalagens e outros. Práticas de leitura e de escrita da sociedade em que se inscrevem, resultando no fruto do grau de familiaridade e convívio do indivíduo com os textos escritos em seu meio. Esse processo acontece pela mediação de uma pessoa mais experiente através dos bens materiais e simbólicos criados em sociedade. Estudiosos afirmam que são muitos os fatores que interferem na aprendizagem da língua escrita, porém estudos recentes incluem entre estes fatores o nível de letramento.
Paulo Freire afirma que na verdade, o domínio sobre os signos lingüísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência social que o precede a da 'leitura' do mundo, que aqui chamamos de letramento. Contumaz o verdadeiro interesse do estudo do letramento, uma dúvida surge como uma semente que acaba de romper e dá os primeiros sinais de vida. Existe um diferencial entre o letramento e a alfabetização? Estudiosos em educação afirmam ser a alfabetização o processo de descoberta do código escrito pela criança letrada é mediado pelas significações que os diversos tipos de discursos têm para ela, ampliando seu campo de leitura através da alfabetização. Antigamente, acreditava-se que a criança era iniciada no mundo da leitura somente ao ser alfabetizada, pensamento este ultrapassado pela concepção de letramento, que leva em conta toda a experiência com leitura que a criança tem, antes mesmo de ser capaz de ler os signos escritos. Afirmam alguns mestres em educação em nosso Estado e no País, que o brasileiro não gosta de ler, seria oportuno o enquadramento do letramento no currículo escolar.
Letrado - palavra de derivação latina litteratu pode ser adjetivada como homem versado em letras; erudito, individuo letrado; literato (Profissional da literatura; escritor) e jurisconsulto. Chegamos à conclusão que o estudo aprofundado do letramento facilitaria o desempenho das pessoas na escrita, na assimilação da leitura e discernir melhor aquilo que estudou para por em prática. O letramento sempre será o fator determinante de uma boa alfabetização, sem grandes entraves e conflitos, portanto a criança precisa, antes de qualquer método eficaz de alfabetização, de uma bagagem rica em variedade de discursos nos mais variados gêneros. Fazendo uma pesquisa bem apropriada para o assunto encontramos uma definição bem atual para o letramento, que é uma tradução para o português da palavra inglesa “literacy” que pode ser traduzida como a condição de ser letrado. Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado. Alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; letrado é aquele que sabe ler e escrever, mas que responde adequadamente às demandas sociais da leitura e da escrita. Alfabetizar letrando é ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, assim o educando deve ser alfabetizado e letrado. A linguagem é um fenômeno social, estruturada de forma ativa e grupal do ponto de vista cultural e social. A palavra letramento é utilizada no processo de inserção numa cultura letrada. Hoje no Brasil não se considera mais como alfabetizado quem apenas consegue ler e escrever seu nome, como era no passado, mas quem sabe escrever um bilhete simples (IBGE, 2000). Fica a dúvida do que se acredita ser um bilhete simples pelos órgãos oficiais que avaliaram por amostragem estatística os níveis de alfabetização do Brasil. Sendo assim, letramento decorre das práticas sociais que leituras e escritas exigem-nos diferentes contextos que envolvem a compreensão e expressão lógica e verbal. É a função social da escrita. (Wikipédia). A palavra letramento ainda não está dicionarizada, porque foi introduzida muito recentemente na língua portuguesa, tanto que quase podemos datar com precisão sua entrada na nossa língua, identificar quando e onde essa palavra foi usada pela primeira vez. Parece que a palavra letramento apareceu pela primeira vez no livro de Mary Kato: No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística, de 1986.
Existe uma diferenciação entre saber ler e escrever? Há, assim, uma diferença entre saber ler e escrever, ser alfabetizado, e viver na condição ou estado de quem sabe ler e escrever, ser letrado (atribuindo a essa palavra o sentido que tem literate em inglês). Ou seja: a pessoa que aprende a ler e a escrever - que se torna alfabetizada - e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita - que se tornam letradas - é diferente de uma pessoa que ou não sabe ler e escrever - é analfabeta - ou, sabendo ler e escrever, não faz uso da leitura e da escrita - é alfabetizada, mas não é letrada, não vive no estado ou condição de quem sabe ler e escrever e pratica a leitura e a escrita. Depois da referência de Mary Kato, em 1986, a palavra letramento aparece em 1988, no livro que, pode-se dizer, lançou a palavra no mundo da educação, dedica páginas à definição de letramento e busca distinguir letramento de alfabetização: é o livro (Adultos não alfabetizados - o avesso do avesso), de Leda Verdiani Tfouni (São Paulo, Pontes, 1988, Coleção Linguagem/Perspectivas) um estudo sobre o modo de falar e de pensar de adultos analfabetos. É um assunto assaz interessante, mas precisaríamos escrever uma enciclopédia falando estritamente em letramento e sua importância na alfabetização. Como tudo no mundo precisa-se de exemplos aqui inserimos um que diz: Retomemos a grande diferença entre alfabetização e letramento, entre alfabetizado e letrado: um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita.
Poderia ser um intelectual das letras? Talvez sim. É importante afirmar que o Letramento é igual ao estado ou condição de quem não apenas sabe ler e escrever, mas cultiva e exerce as práticas sociais que usam a escrita. É interessante que se frise: Termos despertado para o fenômeno do letramento - estarmos incorporando essa palavra ao nosso vocabulário educacional - significa que já compreendemos que nosso problema não é apenas ensinar a ler e a escrever, mas é, também, e, sobretudo, levar os indivíduos - crianças e adultos - a fazer uso da leitura e da escrita, envolver-se em práticas sociais de leitura e de escrita. É ser amigo dos livros; dissecá-los, fazer uma bela leitura e repassar para quem não possui esse dom os ensinamentos que o letramento nos oferece.




ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI E
ALOMERCE





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TP4





OFICINA DO TP4 EM SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS






A TERCEIRA OFICINA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA, DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS, ACONTECEU NO DIA 22 DE JUNHO DE 2009, ONDE REALIZAMOS A SOCIALIZAÇÃO DO TP4. fOI MAIS UM ENCONTRO CHEIO DE TROCA DE EXPERIÊNCIAS E APRENDIZADO. REALIZAMOS AS OFICINAS, VÁRIAS DINÂMICAS E DISCUSSÕES SOBRE A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA.





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domingo, 21 de junho de 2009

COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAL: QUESTÕES DE GÊNERO


Autora: Roselene dos Anjos

O que queremos mesmo dizer quando afirmamos que um texto ou um trecho dele está incoerente? E quando constatamos que a coesão está prejudicada em determinado trecho? No trabalho com os alunos em sala de aula, é preciso mostrar onde estão os problemas e, sobretudo, indicar possibilidades e pistas de como eles podem ser resolvidos. Esta é a questão que pretendemos começar a discutir aqui, buscando apontar como a coerência e a coesão devem ser avaliadas e estudadas com base na perspectiva dos gêneros textuais.

Dizemos que um texto é coerente quando percebemos a existência de uma amarração planejada entre as partes que o compõem, amarração esta que estabelece uma interdependência semântica: relação entre o sentido de cada uma das partes e o sentido geral do texto. Em outras palavras, a coerência está diretamente ligada à compreensão do sentido geral de um texto, isto é, à possibilidade de interpretação daquilo que se diz, escreve, ouve etc., sendo o que nos possibilita identificar se há uma unidade de sentido no texto.

Um dos mecanismos responsáveis pela interdependência entre as partes de um texto, isto é, por sua unidade de sentido, é a coesão: a ligação que se estabelece entre suas partes. Contribuem para estabelecer estas relações e ligações os elementos de natureza gramatical (como os pronomes, conjunções, preposições, categorias verbais), de natureza lexical (sinônimos, antônimos, repetições) e mecanismos sintáticos (subordinação, coordenação, ordem dos vocábulos e orações).

A coerência e os mecanismos de coesão não funcionam sempre da mesma forma em todos os textos, pelo contrário, se manifestam distintamente nos diferentes gêneros textuais, condicionados pela situação de produção. Vejamos rapidamente alguns exemplos.

Nos gêneros que se agrupam na ordem do narrar, a coerência existe, sobretudo, em função da organização temporal, isto é, do modo como se marca o tempo dos acontecimentos narrados. Mas esta organização está sujeita às especificidades do gênero. Por exemplo, em um conto de assombração, os elementos coesivos acionados para garantir a unidade de sentido são distintos daqueles mobilizados para a construção de um conto de fada: a introdução da narrativa, a seleção dos fatos a serem narrados, o foco nos elementos de cenários e na caracterização de personagens (seus gestos, suas feições, seu modo de ser e agir) são elementos que precisam estar adequados à finalidade do texto, ao efeito de sentido que se quer promover.

No caso do conto de assombração, estes aspectos devem estar voltados para o clima de assombro e tensão que caracteriza este gênero. As construções “era uma vez” e “em um reino encantado”, características de um conto de fadas, tornam-se inconsistentes para o conto de assombração, que tem como um dos fatores essenciais de sua organização a necessidade de construir a credulidade do leitor, definindo tempos e lugares com uma certa precisão.

Em muitos casos, a incoerência ou inconsistência de um texto decorre da inabilidade de selecionar o que é relevante para a situação de produção: um conto de assombração que se demora na descrição de alguns detalhes que não contribuem para a criação do clima de medo, por exemplo, pode perder o foco e tornar-se, se não incoerente, improdutivo para o gênero pretendido. Muitas vezes é este o problema que detectamos nos textos dos nossos alunos, sendo preciso mostrar a eles que a unidade de sentido a ser trabalhada no texto está diretamente relacionada com as características e as condições de produção exigidas pelo gênero.

Nos textos que se agrupam na ordem do argumentar, a coerência se constrói fundamentalmente pela ordenação lógica das idéias. Sabemos que há conectores específicos para expressar as diferentes articulações sintáticas - causa, finalidade, conclusão, condição etc – e que tais elementos devem ser usados adequadamente, de acordo com a relação que se quer exprimir ao desenvolver uma argumentação. Sabemos também que estes articuladores exigem a adequação dos tempos e modos verbais para funcionarem de maneira eficiente e possibilitar a coerência. Todos estes conhecimentos são fundamentais para o trabalho com a argumentação. Entretanto, saber isto não é suficiente para construir uma boa argumentação nos diferentes gêneros circunscritos neste grupo.

Convencer um conjunto de leitores de um artigo de opinião, por exemplo, é muito diferente do que convencer um interlocutor específico em uma carta reivindicatória. As estratégias argumentativas a serem mobilizadas para um e para outro caso se distinguem e precisam levar em conta elementos da situação de comunicação específica. Numa carta dirigida a um prefeito, por exemplo, argumentos que apelem para a sua condição de representante do povo e responsável pelo bem público podem e devem ser utilizados, mas é incoerente mobilizar este tipo de argumento quando o que se pretende é dialogar com um interlocutor que precisa ser convencido e chamado para o seu lugar de cidadão. Neste último caso, pode ser uma boa estratégia, trazer para o texto a voz de um cidadão que fala de igual para igual. Isto significa dizer que a coerência de um e de outro texto precisa ser definida não pelos argumentos em si, mas pelo seu funcionamento em cada situação comunicativa.

É por este motivo que vale a pena mostrar aos alunos a maneira como estes mecanismos funcionam no interior dos textos. Mas como é mesmo que isto pode ser feito?

Certamente esta pergunta não encontrará resposta desejável e produtiva se a opção for fazer os alunos decorarem uma interminável lista de conjunções coordenativas e subordinativas . A compreensão do funcionamento das conjunções, de seu sentido, de sua função argumentativa, das relações que estabelecem entre as idéias em um editorial ou em uma carta aberta é que pode evitar os períodos incoerentes do ponto de vista sintático, semântico e principalmente, do ponto de vista da situação comunicativa que se pretende.

Se o professor quer que seus alunos produzam textos coerentes e coesos, é preciso mostrar o funcionamento destes mecanismos na situação de produção específica em que o texto está inserido. Somente desta maneira o aluno vai se familiarizar com novas aquisições lingüísticas e perceber que solucionar um problema de coerência ou coesão em um texto não significa simplesmente trocar uma palavra, substituir ou modificar um conectivo, nem adequar os tempos verbais, trata-se, antes de mais nada, de perguntar sobre os elementos que envolvem sua produção.

Antes do ponto final

São muito comuns reclamações como não sei pontuar, não sei usar vírgulas... Estas dificuldades decorrem quase sempre da idéia de que as regras são rígidas e funcionam em quaisquer situações de produção. Muito mais produtivo do que insistir em regras é aliar o ensino da pontuação ao ensino dos mecanismos de coerência e coesão, mostrando a importância dela para o estabelecimento do sentido do texto em determinadas situações comunicativas. Assim como podemos usar conectores e outros elementos de coesão para articular vocábulos ou orações e indicar as relações existentes entre eles, os sinais de pontuação também contribuem para a "costura" do texto, orientando o leitor para a construção do sentido.

sábado, 13 de junho de 2009



RELATORIO DAS OFICINAS DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA DO MUNICIPIO DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS MT
Date: Fri, 12 Jun 2009 18:16:39 +0000

OLÁ PROFESSOR MAURICIO!!!

ESTOU LHE ENVIANDO DOIS RELATÓRIOS DO GESTAR II UM DO DIA 27 DE ABRIL E O OUTRO DO DIA 25 DE MAIO, O PRÓXIMO ACONTECERÁ NO DIA 22 DE JUNHO DE 2009 E SERÁ A TERCEIRA OFICINA DO GESTAR II. NA PRIMEIRA OFICINA REALIZAMOS A DINAMICA QUEM SOU E DEPOIS DE APRESENTAR O PROGRAMA GESTAR II E FALAR UM POUCO DO PORTFÓLIO, INICIAMOS A OFICINA DO GUIA GERAL, ONDE OS PROFESSORES EM GRUPO LEVANTARAM SEUS QUESTIONAMENTOS, ANSEIOS E EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO AO PROGRAMA, DEPOIS EM TRIBUNA EXPUSERAM AOS DEMAIS, FAZENDO A SOCIALIZAÇÃO DAS QUESTÕES DISCUTIDAS EM GRUPO. FOI UMA OFICINA MUITO POSITIVA POIS OS PROFESSORES GOSTARAM MUITO DO MATERIAL E DA PROPOSTA DO PROGRAMA. A OFICINA TEVE DURAÇÃO DE OITO HORAS E ENCERRAMOS COM UMA MENSAGEM EM POWER POINT: SER EDUCADOR, ONDE DISCUTIMOS A FUNÇAÕ DO EDUCADOR, ANALISAMOS E REFLETIMOS SOBRE O TEXTO A ARTE DE ENSINAR. FALAMOS UM POUCO TAMBÉM SOBRE A LIÇÃO DE CASA QUE SERIA O ESTUDO DO TP3 E DO ACOMPANHAMENTO E PLANTÃO PEDAGÓGICO.

A SEGUNDA OFICINA TAMBÉM COM DURAÇÃO DE 8 HORAS ACONTECEU NO DIA 25 DE MAIO DE 2009. INICIOU-SE COM UM TEATRINHO APRESENTADO PELOS ALUNOS DA PROFESSORA CURSISTA ROSEMEIRE PERES, A FORMIGA BOA E A FORMIGA MÁ.ONDE EM SEGUIDA FALAMOS SOBRE AS FÁBULAS. LOGO APÓS HOUVE A SOCIALIZAÇÃO DOS CURSISTAS SOBRE O AVANÇANDO NA PRÁTICA, ONDE FOI TROCADAS MUITAS IDEIAS E SUGESTÕES. RELIZAMOS A OFICINA DO TP3 ONDE FOI REALIZADA VÁRIAS ATIVIDADES SOBRE DIVERSOS GÊNEROS TEXTUAIS COMO: POESIA,CARTA (DIVERSAS) REPORTAGEM, ENTREVISTAS, ETC, ESTUDAMOS TAMBÉM O DIALOGISMO ENTRE A NOTICIA E O ARTIGO DE OPINIÃO.NA SEGUNDA PARTE ASSISTIMOS AO FILME NARRADORES DE JAVÉ E DISCUTIMOS A MEMÓRIA E A IMAGINAÇÃO. FOI TAMBÉM UM ENCONTRO ESPECIAL ONDE PROFESSORES (FORMADOR E CURSISTAS) SE INTERAGIRAM DE FORMA POSITIVA, TROCANDO IDÉIAS E EXPERIENCIAS. SEGUE FOTOS DOS ENCONTROS E EM BREVE ESTAREI MANDANDO OS RELATÓRIOS MAIS DETALAHADO PARA AQUELE ENDEREÇO QUE VOCÊ NOS PASSOU. TAMBÉM TENHO UM BLOG http://miltsladeia.blogspot.com ONDE POSTO TUDO O QUE ACONTECE NAS OFICINAS DO GESTAR II. OLHA ALÉM DE FORMADORA DOS CURSISTAS DE SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS (25 CURSISTAS), TAMBÉM SOU FORMADORA DOS CURSISTAS DOS MUNICIPIOS DE GLORIA D' OESTE PORTO ESPERIDIÃO, SÃO MUNICIPIOS VIZINHOS E OS CURSISTAS DOS DOIS LUGARES SE REUNEM EM UM SÓ(22 CURSISTAS) ESTAREI LHE MANDANDO UM RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS COM OS CURSISTAS DESSSES MUNICIPIOS, POIS AS OFICINAS ACONTECEM EM DIAS DIFERENTES POR SER EM OUTRA CIDADE. TENHO UM BLOG DE LÁ TAMBÉM. http://gloriaeporto.blogspot.com MANDE ME DIZER SE ESSE RELATORIO SERVE.OBRIGADA. GRANDE ABRAÇO.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Análise do filme Narradores de Javé, segundo a Formadora do CEFAPRO de Cáceres, Herika, dona do Blog Língua Portuguesa no Gestar ll

A história se passa numa região pobre da Bahia, caracterizada pela miséria e pelo abandono, mas na qual os moradores fazem relatos de grandeza, bravura e coragem dos habitantes da região, como prova da honradez desse povo e de sua história.
O resgate da memória da população tem início a partir de um problema: o Vale do Javé seria inundado para ser transformado em uma represa. Como evitar o sumiço do povoado? O ideal seria demonstrar a importância desta localidade e de seus moradores através do Livro da História de Javé, que seria tido como um documento de posse das terras, como algo “científico”, no dizer daquele povo.
Entretanto, escrever não era tarefa fácil em Javé! A única pessoa que detinha o poder da palavra escrita naquelas redondezas chamava-se Antônio Biá, antigo morador, que havia sido banido da cidade por conta dos seus mal-feitos usando a própria escrita: Certa vez, Biá passou a escrever cartas em nome de outros moradores, sem que fosse do conhecimento deles, e endereçá-las a diversas pessoas da cidade, com o intuito de aumentar o movimento nos correios da localidade, justificando, assim, a manutenção de seu emprego. Evidentemente, tal atitude causou inúmeros problemas, com base no teor sempre comprometedor das cartas que ele produzia.
Contudo, diante da temeridade de ver o povoado desaparecer por entre as águas da represa, os moradores decidem ir à cata de Antônio Biá e exigir que ele escreva o livro tão esperado, até mesmo como redenção de seus pecados perante o povo daquele vale. Biá passa, então, a colher relatos dos habitantes, para subsidiar sua escrita. É aí que entram em jogo a imaginação e a inventividade dos javenianos!
A memória se mostra em todas as suas particularidades, em todas as suas singularidades. Ela se apresenta dinâmica, criadora, um jogo entre a lembrança e o esquecimento. As lembranças evocadas são épicas, de grandes feitos, realizados por heróis que variam conforme o narrador. Indalécio e Maria Dina, por exemplo, são personagens recorrentes nas diversas versões apresentadas, embora seus papéis variem de acordo com os interesses de quem os cita. O que deve ser lembrado? O que deve ser esquecido? O que deve ser forjado?
Nesse jogo de interesses Biá também não fica para trás! Ele usa seu poder, como único morador que detém o conhecimento das letras, para tirar proveito das situações, como lhe convém. Um de seus atos é, inclusive, não permitir que o povo tenha acesso ao registro escrito daquilo que eles mesmos estavam rememorando oralmente, num constante refazer do passado constitutivo de sua história, de sua identidade. Entretanto, o que há por trás dessa postura de Antônio Biá é, de fato, a tentativa de encobrir seu fracasso enquanto escritor, pois de tudo que ele ouviu, nada foi por ele registrado no papel!
Quando os moradores descobrem que o livro está em branco, expulsam novamente Biá do vilarejo, que é realmente inundado. Ao presenciarem o Vale do Javé mergulhado nas águas da represa, seus antigos habitantes também mergulham, mas num mar de dúvidas, de incertezas: O que será da vida desse povo a partir daquele momento? Será que sua identidade imergiu junto com o vale? Vulneráveis, em meio a essas hesitações, os javenianos viram alvo fácil para o esperto Antônio Biá, que aproxima-se deles sugerindo que escrevam, então, a historia do fim do Vale do Javé, um resgate da memória do vilarejo que sumiu.
Biá parece argumentar fundamentado nas palavras do historiador Jacques Le Goff, segundo o qual “A memória onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e futuro. (...) a memória coletiva é não somente uma conquista, é também um instrumento e um objeto de poder” (História e Memória, p. 476, 477). O povo, por sua vez, embarca novamente nas intermináveis narrações que misturam memória e imaginação, pois, como destaca Le Goff, “a memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia” (História e Memória, p. 476)

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Tradução Bernardo Leitão, et all. 2° Ed. Campinas: UNICAMP, 1992.




Narradores de Javé: uma fábula que vai ao fundo da memória genuína e brasileira.

Como todo grande filme, Narradores de Javé nos envolve numa trama bonita, poética e irreverente. E traz assuntos polêmicos, atuais e dignos de serem discutidos.

Alguns clichês do cinema brasileiro como filmar o Nordeste, fazer cenário em uma pequena cidade com seus tipos e tratar da desigualdade social são alguns aspectos presentes nesse filme. Mas, são trabalhados de maneira inteligente, irônica e, ao mesmo tempo, sutil e encantadora. Poderia caracterizar Narradores de Javé como sendo um filme espetacular. Só mesmo assistindo para saber.

É o que se pode imaginar desde o apresentar dos créditos iniciais são: uma vírgula imperadora e camaleônica surge na tela e uma trilha musical irreverente dá seu ar e graça.Logo, a vírgula teimosa vai virando os dois pontos já conhecidos, sobretudo pelos escolarizados. Depois vem um ponto final floral que, nos trejeitos melódicos, nos nomes inaugurando-se na tela e no olhar festivo do espectador vira ideograma japonês vermelho e babilônico. Surgem então outros nomes e reticências dinâmicas, como bolas de bilhar se alternando, parecem anunciar o que virá: um jogo do destino feito de histórias pinceladas de nossa própria vida que nos une e nos congrega silenciosamente.

Tudo começa, nesse jogo destinado a espectadores felizes, com um personagem vivente e anônimo, que perde um barco e sua viagem. E nessa parada da vida, nessa perda, nesse novo lance, fica à margem de outra viagem, outro jogo a ser vivido: a Saga dos Narradores de Javé.

Nesse ponto de espera uma das frases ditas por um dos personagens -eu mesmo, que não sou das letras vou contar um causo e acho que vocês não vão querer ouvir- inicia a nova viagem: embarcamos todos na trama do filme, mergulhamos nos tempos: o atual, o passado e o imaginário. E nas vidas distintas dos personagens, os moradores de Javé, vilarejo encravado no sertão nordestino, um povoado que parece ainda se situar na Idade Média em tempos de globalização e modernidade.

E na espera do outro barco, do novo dia, vamos revivendo a história desse lugarejo em múltiplos flasbacks que revisitam os íntimos de seus acontecimentos, bordadas pelos depoimentos das memórias de seus moradores. Ficamos orgulhosos de usufruir o trabalho dos atores nas suas mais singelas representações.

Javé, lugar iluminado pelas lembranças e relatos, pelos testemunhos e vivências vê-se subitamente carente de importância, pois seus moradores se apercebem que a riqueza de suas histórias foi esquecida pelo oficial e pelas letras. Pior: prestes a sucumbir, se vêem ameaçados de verem a igreja e seu campanário desaparecerem sob as águas avassaladoras pretendidas pelo progresso tão imperativo e desalmado, na forma de uma represa em e de uma usina hidrelétrica na região.

Assim, sem tábua de salvação, resolvem lutar para impedir o que está por acontecer. Do contar e recontar os causos da história do vilarejo e do resgate dos feitos dos antepassados eles organizam uma ação possível para dar importância ao lugar. E, sobretudo impedir que um lugarejo como aquele desaparecesse sem deixar nenhum rastro, vestígio ou comprovante de vida ilustre.

Nesse contexto é que entra em cena o personagem Antonio Biá, o carteiro da agência de correios de Javé. Fora rechaçado e tripudiado por todos do vilarejo pelo fato de ter escrito e enviado cartas com histórias mais ou menos inventadas a partir da vida dos moradores, movimentando assim a sede dos correios de Javé que estaria fadada à extinção, por conta da ausência de moradores alfabetizados.

Mediante a nova situação de desespero geral, com a estratégia de contar e escrever o oficial e científico como única perspectiva de salvarem a vida do lugar, Biá passa a ter o poder de escrivão.

Como salvar uma terra apalavrada? Como consignar valor à divisa cantada, da posse de terras passadas de pai para filhos sem o oficial dos cartórios, dos carimbos, dos datados e assinados?

Desse dilema nascem e renascem as diferentes versões das tantas lembranças, vivências e percepções presentes nos relatos dos personagens: a odisséia de Javé.

No emaranhado entre a ficção e a realidade vai se construindo a trama do filme, rica em sensações, paisagens, palavras, imagens, tons e cores da linguagem brasileira. Vai se desenhando o projeto de resgate histórico, através do registro das memórias dos seus moradores, os narradores de Javé.

Da colheita dessa narrativa vivida, lembrada, cantada e falada nascerá o livro da salvação? Vivemos todos os momentos tragicômicos no escurinho do cinema com as nossas maiores esperanças.

Eliane Caffé, a diretora do filme e seu elenco ímpar (José Dumont, Nelson Dantas, Nélson Xavier, Rui Resende, Gero Camilo dentre tantos), nos trazem, com criatividade e sutileza, momentos prazerosos de diversão, cultura, arte e alguns elementos importantes para a nossa reflexão: a questão do progresso, da memória e da relação entre oralidade e escrita. Um ponto alto que nos toca no silêncio da emoção é a importância dos indivíduos na História e o valor da memória na vida de um povo.

Há muitos méritos no trabalho da equipe que realizou o filme. Sabemos que Javé, na realidade é Gameleira, cidadezinha baiana, com cerca de 2000 habitantes e que, pelo menos até a época da filmagem, não sabia o que era coleta de lixo. Sabemos que muitos desses habitantes são figurantes e atores do filme.E que se adentraram com a mais absoluta pureza no processo criativo, juntamente com os atores profissionais, que puderam nesse compartilhamento consignar leveza e frescor na verdade de cada um dos personagens.Sabemos também que o roteiro original foi construído com base nos relatos colhidos em territórios brasileiros, mais precisamente no interior mineiro e baiano: as chamadas expedições da memória.

Outros aspectos importantes podem ser destacados nesse filme, depois de nos aventurarmos de corpo e alma e sexto sentido nesse drama encantador.

Um deles, que me foi caro no papel de espectador e educador, diz respeito ao valor e a importância que se dá ao que é escrito em detrimento ao que é falado. No desenrolar do filme também vamos nos apercebendo de uma outra questão importante: a interferência do narrador na história. Nos é demonstrado que existe uma história oficial (a dos livros escolares ou oficiais) e a história dos excluídos.Sabemos que uma história escrita num livro pode ser diferente da história verdadeira, pois é contada sob a ótica de quem a escreve ou narra. É como diz Biá num dos momentos de oficializar o que foi cantado e falado por tantas vozes e tempos: uma coisa é o fato ocorrido, outra coisa é o fato escrito. Ao escrever ou narrar um fato, o autor insere nele suas próprias emoções e interpretações, seus sentimentos e experiências de vida, inventa dados e floreia fatos, pois, de acordo com o famoso ditado popular, quem conta um conto aumenta um ponto.

Ficamos nos perguntando se, com o resgate da memória coletiva, através da memória individual, o Vale de Javé ficará livre de seu destino de ser coberto pelas águas do rio. Ou seja, se a estratégia inusitada de escrever um dossiê que documente os "grandes" e "nobres" acontecimentos da história do povoado justificaria a sua preservação. É que na construção deste dossiê o que ocorre é um duelo poético entre os contadores que disputam com suas versões históricas, fantásticas ou lendárias, o direito de configurarem o patrimônio de Javé.

Narradores de Javé é um filme completamente marcado pela memória, uma memória mítica, produzida pela fala, pela narração. Uma memória dinâmica que suscita o jogo da memória coletiva com a individual, do passado com o presente e o futuro, mostrando a importância da relação entre eles.

Um outro aspecto interessante no filme é a relação entre oralidade e escrita. Vale do Javé é uma comunidade essencialmente oral. A divisão e a apropriação de terras, por exemplo, eram cantadas, ou seja, era o canto que legitimava sua posse e não um documento oficial.

Outra questão abordada pelo filme tem a ver com a destruição e os problemas causados pelo progresso. No caso, a destruição de um grupo, da memória e da cultura de um povo. E isso nos faz refletir sobre a desigualdade social em nosso país, já que a narrativa de Javé reproduz a história de um dos tantos grupos oprimidos.

Ainda mais um aspecto interessante do filme é a variedade linguística do Português. O modo de falar dos personagens, as expressões utilizadas por eles, evidenciam as variações dialetais e as variações de registro que revelam todo um conjunto de informações sobre os personagens e nos envolvem e nos fazem identificar com o mundo vivido por eles.

Uma coisa é coisa acontecida. Outra é coisa escrita. O escrito melhora o acontecido. Com mais este dizer de Biá podemos perceber o papel e o poder que lhe é outorgado, na medida em que passa a ser o escritor. Fiquei pensando, agora que escrevo sobre o filme, no poder que se abre a um memorialista, por exemplo, quando ouve as palavras do personagem e entrevistado e cria, no seu escrito, o que chamamos de memórias literárias: um misto e amalgamado de realidade e ficção que se forjam numa só linha e entrelinha, para dar sentido, significância e beleza.

Poderíamos nos perguntar, diante de quaisquer versões apresentadas de um único fato ou história: qual delas é a que vale?Mais ainda: qual das culturas é a melhor?Em qual das religiões Deus é mais verdadeiro?

Penso eu que sempre nos deparamos com uma situação similar à dos narradores de Javé, tentado salvar o que somos, destacar a nossa glória e a nossa luta frente ao que nos é valoroso. Sempre estamos tentando salvar o sino que brada a nossa voz e guarda simbolicamente as marcas da História para ser novamente inaugurado em um novo lugar.

Antonio Gil Neto

Publicado em: 23/07/2009

Análise da crônica Circuito Fechado

A crônica Circuito Fechado é um texto narrativo curto, cujo tema é o cotidiano. É um texto só de palavras, na qual você tem que deduzir aquilo que o autor quer dizer. Pode-se deduzir que se trata da rotina de alguém desde que acorda até a hora em que volta para a cama à noite. É um texto interessante, pois nos leva a analisar a mensagem que o autor quer nos passar.

CIRCUITO FECHADO - Ricardo Ramos

CIRCUITO FECHADO


“Ter haver. Uma sombra no chão... Um silêncio por dentro, que olha e lembra, quando se engarrafam o trânsito, os dias, as pessoas... Um cartão de identidade cinzento e uma assinatura floreada, só ela. Um lugar à mesa. Uma tristeza, um espanto, as cartas do baralho, passado, presente e futuro , onde estão? Uma resposta adiada. Uma vida em rascunho, sem tempo de passar a limpo.” (Circuito Fechado 4)
Ricardo Ramos

Ricardo Ramos nasceu em Palmeira dos Índios, em 1929, ano em que o pai Graciliano Ramos exercia a função de prefeito. Formado em Direito, destacou-se como homem da propaganda, professor de comunicação, jornalista e escritor em São Paulo.
Sua obra literária é extensa: contos, romances e novelas, e representa, com destaque, a prosa contemporânea da literatura brasileira.
O autor ressaltava a importância de ser íntimo do personagem, de conhecer a sua verdade. Considerava que era apenas um intérprete da vida que vivia e do mundo que compreendia - inventava um pouco, mas com base na realidade. As referências pré-conscientes da conduta cotidiana constituem a fonte para elaboração dos seus textos literários.
“Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapo. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo.”(Circuito Fechado 1).
Os contos da obra Circuito Fechado surpreendem desde o primeiro, quando a narrativa é composta somente por substantivos e retratam, sem a presença de sujeitos, ações ou adjetivos, fielmente o cotidiano.
“Não. Não foi o belo, quase nunca, nem ao menos o bonito, porque tudo se veio esgarçando em rotina, sombra com vazio... Não foi o momento certo, a maior parte aconteceu de repente, ou cedo, ou tarde, afinal não se repetiu... Não foi o amor, a certeza, o amanhã, foram as palavras que representam, a idéia de, o conceito, enfim a sua redução. Não foi pouco nem muito, foi igual. Não foi sempre, nem faltou, foi mais às vezes. Não foi o que, foi como, e onde, e quando. Não, não foi.” (Circuito 5).
A vida em círculos. Caminhos que se entrelaçam e se fecham em acomodadas estruturas. Escrever o próprio enredo com o descompromisso de um rascunho, com a insatisfação de não ter tempo para passar a limpo. A originalidade que se perde nos substantivos cotidianos, na inconstância dos tempos, nas sombras...
O espelho de nosso narcisismo não se restringe à imagem, abrange conceitos, palavras... E eis que, narcisos, estamos presos à imagem do lago, também um circuito fechado, ouvindo a repetição de nosso pensamento, sem conseguir surpreender e nos libertar da corrente da rotina, da transmissão de inexpressivos atos reduzidos.
Há a sombra que imortaliza o objeto... Há a literatura que amadurece o pensamento e alerta o leitor para a continuidade de sua trajetória... Ricardo Ramos, em Circuito fechado, mostra um mundo a ser desbravado, mostra a necessidade de criar a linguagem nas entrelinhas com originalidade, para que no final do conto, o leitor possa interpretar e finalizar com outras palavras: Não foi a redução, foi a realização de um presente. Foi a sombra da percepção do ser e da sua extensão. Sim! Foi a obra possível.
A vida nos obriga ao enquadramento nas trajetórias sociais, devemos cumprir nossas obrigações cotidianas, sem esquecer que, após o circuito fechado, existe a nossa privacidade com todas as conquistas que conseguimos quando nos libertamos da pobre substantivação do ser e nos tornamos sujeitos ativos de ações criativas e adjetivados com expressões de personalidade.
Pela janela, observamos a natureza. A inconsciência e a insubordinação de alguns animais os libertam da previsibilidade. Talvez, a racionalidade, alicerçada em bases sólidas, possa servir de inspiração para sonhos ou metáforas. A letra do músico e compositor Renato Teixeira – Cavalo bravo – mostra, sem circuito de palavras, o outro lado do circuito fechado, o outro caminho que precisamos de coragem para arriscar...

“Olhando o cavalo bravo no seu livre cavalgar, passou-me pela cabeça, uma vontade louca de também ir para o cavalgar... Coração atrevido, pernas de curioso, olhos de bem-te-vi, ouvidos de boi manhoso, e lá vou eu mundo a fora. montado em meu próprio dorso...”
Renato Teixeira
Helena Sut



Publicado em 24/01/2005
O TEXTO CIRCUITO FECHADO É UM TEXTO NARRATIVO CURTO,CUJO TEMA É O COTIDIANO

TEXTO CIRCUITO FECHADO

Você provavelmente está acostumado a ver a palavra texto. Mas sabe qual o seu conceito? Para entendê-lo, pense nas duas seguintes situações:

*Alfredina Nery

1) Você foi visitar um amigo que está hospitalizado e, pelos corredores, você vê placas com a palavra "Silêncio".
2) Você está andando por uma rua, a pé, e vê um pedaço de papel, jogado no chão, onde está escrito "Ouro".

Em qual das situações uma única palavra pode constituir um texto?

Na situação 1, a palavra "Silêncio" está dentro de um contexto significativo por meio do qual as pessoas interagem: você, como leitor das placas, e os administradores do hospital, que têm a intenção de comunicar a necessidade de haver silêncio naquele ambiente. Assim, a palavra "Silêncio" é um texto.

Na situação 2, a palavra "Ouro" não é um texto. É apenas um pedaço de papel encontrado na rua por alguém. A palavra "Ouro", na circunstância em que está, quer dizer o quê? Não há como saber.

Mas e se a palavra "Ouro" estiver escrita em um cartaz pendurado nas costas de um daqueles homens que ficam nas esquinas do centro das cidades grandes que anunciam a compra de ouro? Aí sim, nessa situação, a palavra "Ouro" constitui um texto, porque se encontra num contexto significativo em que alguém quer dizer algo para outra pessoa (no caso, vender/comprar ouro) e, então anuncia isso.

Texto é, então, uma seqüência verbal (palavras), oral ou escrita, que forma um todo que tem sentido para um determinado grupo de pessoas em uma determinada situação.

O texto pode ter uma extensão variável: uma palavra, uma frase ou um conjunto maior de enunciados, mas ele obrigatoriamente necessita de um contexto significativo para existir.

Constituindo sentidos
Agora, Leia o texto a seguir de modo a aprofundar ainda mais o conceito de "texto".

Circuito FechadoChinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.


(Ricardo Ramos)
Você considera que em "Circuito fechado" há apenas uma série de palavras soltas? Ou se trata de um texto? Por quê?

Na verdade, trata-se de um texto. Apesar de haver palavras, aparentemente, sem relação, numa primeira leitura, é possível dizer, depois de outra leitura mais atenta, que há uma articulação entre elas.

Vamos pensar mais sobre isso... Em "Circuito fechado" há, quase que exclusivamente, substantivos (nomes de entidades cognitivas e/ou culturais, como "homem", "livro", "inteligência" ou palavras que designam ou nomeiam os seres e as coisas).

Verifique que pela escolha dos substantivos e pela seqüência em que são usados, o leitor pode ir descobrindo um significado implícito, um elemento que as une e relaciona, formando o texto.

Podemos dizer que este texto se refere a um dia na vida de um homem comum. Quais palavras e que seqüência nos indicam isso?

Note que no início do texto, há substantivos relacionados a hábitos rotineiros, como levantar, ir ao banheiro, lavar o rosto, escovar dentes, fazer barba (para os homens), tomar banho, vestir-se e tomar café da manhã.




“Chinelos, vaso, descarga. Pia. Sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos.”

Já no final do texto, há o voltar para casa, comer, ler livro, ver televisão, fumar, tirar a roupa, tomar banho/escovar dentes, colocar pijama e dormir.



“Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforos. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.”

Descobrimos que a personagem é um homem também pela escolha dos substantivos. Parece que sua profissão pode estar relacionada à publicidade.



“Creme de barbear, pincel, espuma, gilete [...] cueca, camisa, abotoadura, calça, meia, sapatos, gravata, paletó [...] Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída [...] Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes [...] Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel.”


Também ficamos sabendo que na casa da personagem há quadros, pois o narrador usa a palavra duas vezes: no momento do café e na volta para casa. No escritório há "Relógio". Escolha intencional do autor, talvez para relacionar relógio e trabalho, trabalho e rotina.

Depreendemos que o homem é um grande fumante, basicamente, pelo número de vezes em que o narrador fala desse hábito, em vários momentos do dia da personagem: 14 vezes. Além disso, é interessante notar como há sempre a referência à dupla "cigarro e fósforo".

A palavra que explicita o início da ação do homem, ou da atuação da personagem, num dia de sua rotina é "chinelos", usada no início do texto para mostrar o momento do acordar/levantar e depois a hora de dormir.

Há também uma marcação de mudança de espaço, por meio dos termos "carro", usado como que mostrando o horário de sair de manhã e a volta para casa, à noite. No meio do texto há também o uso de um "táxi", provavelmente uma saída do trabalho: um almoço? Um jantar? Uma visita a um cliente?

Enfim, "Circuito fechado" é uma crônica - um texto narrativo curto, cujo tema é o cotidiano e que leva o leitor a refletir sobre a vida. Usando somente substantivos, o autor do texto produziu um texto que termina onde começou. Essa estrutura circular tem relação com o título ("Circuito fechado") e com os dias atuais? Sem dúvida nenhuma, podemos compreender suas relações, não é mesmo? O cotidiano repete-se, fecha-se em si mesmo a cada dia. Rotinas...

Para você pensar
Você sabia que o conceito de texto não se limita à linguagem verbal (palavras)? O texto pode ter várias dimensões, como o texto cinematográfico, o teatral, o coreográfico (dança e música), o pictórico (pintura), etc. Leia a reprodução de um famoso quadro de Van Gogh chamado "Noite estrelada". Atente para suas linhas, suas cores, sua perspectiva. Fazendo isso, você começa a lê-lo...

*Alfredina Nery é professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua, linguagem e leitura.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

SUGESTÃO PARA TRABALHAR O CONTO CIRCUITO FECHADO DO TP4

1- Pesquise o significado da palavra circuito e explique o título escolhido para o texto:

2 - Com base na leitura, responda às perguntas:

a) O personagem é homem ou mulher? Como você concluiu isso?
b)Qual é a possível profissão dessa pessoa? Justifique:
c)Em que cidade poderia morar?
d)Se você tivesse de dar um Observando a maioria das palavras do texto e aplicando seus conhecimentos sobre classes de palavras, você as classificaria em: artigos, substantivos, adjetivos,pronomes ou verbos? Por que?

3- O que você acha de o autor ter escolhido basicamente essa classe de palavras para construir o texto?

4- No texto aparecem os substantivos: mictório, caso, pia. Eles fazem parte do mesmo ambiente. Você conhece outros substantivos que sejam sinônimos desses? Qual é o mais usado em sua região?

5- Pela leitura do texto, percebe-se que esse personagem possui um vício muito prejudicial à saúde. Que vício é esse? O que você teria a dizer para essa pessoa?

6- Faça um texto, em seu caderno, sobre o seu dia-a-dia usando o mesmo recurso que o autor utilizou, ou seja, com uso intenso de substantivos, e leia-o para a turma.
nome ao personagem do texto, qual escolheria?
7- Reproduza o texto acrescentando elementos de ligação e verbos:

SUGESTÃO DE COMO TRABALHAR EM SALA O CONTO CIRCUITO FECHADO

quarta-feira, 3 de junho de 2009

FILME NARRADORES DE JAVÉ






















TEATRO A FORMIGA BOA E A MÁ - GESTAR II




A FORMIGA BOA E A FORMIGA MÁ PROGRAMA GESTAR II LINGUA PORTUGUESA.







FOTOS DO TEATRO A FORMIGUINHA BOA E A FORMIGA MÁ GESTAR II


A ENCENAÇÃO DO TEXTO A FORMIGA BOA E A FORMIGA MÁ, FOI APRESENTADO AOS PROFESSORES CURSISTAS NA SEGUNDA OFICINA DO GESTAR II, PELA PROFESSORA ROSEMEIRE PERES, DA ESCOLA MINICIPAL VEREADOR EVILASIO VASCONCELOS PELOS ALUNOS DA SÉTIMA SÉRIE, COMO RESULTADOS DE SUAS ATIVIDADES REALIZADAS EM SALA SOBRE GÊNERO TEXTUAL. FOI UMA LINDA APRESENTAÇÃO.

GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA OFICINA DO TP3


NO DIA 25 DE MAIO, ACONTECEU EM SÃO JOSÉ DOS QUATRO MARCOS A SEGUNDA OFICINA DO GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA, UM PROGRAMA PARA MELHORAR O ENSINO APRENDIZAGEM, PROGRAMA ESSE QUE FOI ACEITO COM GRANDE SATISFAÇÃO POR PARTE DOS PROFESSORES, DISSE A FORMADORA MILTS DE SOUZA LADEIA, QUE ESTÁ MUITO SATISFEITA COM AS OFICINAS, ONDE OS PROFESSORES FAZEM A SOCIALIZAÇÃO DA SUA PRÁTICA EM SALA DE AULA. NESSE SEGUNDO ENCONTRO ACONTECEU A OFICINA DO TP 3, ALÉM DISSO OS PROFESSORES ASSISTIRAM AO FILME NARRADORES DE JAVÉ, REALIZARAM ATIVIDADES SOBRE GÊNEROS TEXTUAIS ALÉM DE UM TEATRO APRESENTADO PELOS ALUNOS DA PROFESSORA ROSEMEIRE PERES " A FORMIGA BOA E A FORMIGA MÁ. COMO PARTE DO SEU TRABALHO EM SALA "AVANÇANDO NA PRÁTICA."




GESTAR II DE LINGUA PORTUGUESA OFICINA DO TP3


ENCONTRO COM OS CURSISTAS DIA 25/04/2009.