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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

GÊNEROS DE TEXTO

                                                           Gêneros de Texto
Cada situação de comunicação, oral ou escrita, exige uma linguagem própria: sabemos que ao falar com uma autoridade, por exemplo, não nos comunicamos da mesma forma que fazemos quando falamos com nossos familiares. A essas formas de linguagem características de cada situação de comunicação chamamos gêneros de texto.
Os gêneros de texto têm formas estáveis, esperadas, que se repetem em situações de comunicação do mesmo tipo. Quando vamos ouvir um conto de fadas, por exemplo, já sabemos que começará com "Era uma vez...." e que terá personagens e falas próprias desse gênero de texto. Quando lemos uma notícia, sabemos que vamos encontrar o relato de um fato novo e marcante, que sempre começará com uma manchete e seguirá dizendo o que aconteceu, como aconteceu e porque aconteceu esse fato.
Os gêneros textuais são em número infinito. Eles organizam as formas de dizer daquilo que queremos comunicar. Por isso, podemos usar essas formas estáveis para ensinar aos alunos diferentes gêneros de texto que circulam socialmente, ampliando seu poder de comunicação e preparando-os para um melhor exercício da cidadania.


                                             Gêneros Textuais
Gênero textual é o nome que se dá às diferentes formas de linguagem que circulam socialmente, sejam mais informais ou mais formais. Os gêneros podem circular em linguagem escrita ou oral.
Cada gênero tem características próprias e assim pode ser identificado. Um artigo de opinião, por exemplo, tem uma forma muito diferente das de um poema, de um texto de memórias ou de uma carta.
Isso acontece porque a situação de produção de cada um desses gêneros de texto é marcada por elementos próprios: quem escreve (autor do texto), para quem escreve (os leitores do texto), quais as finalidades do texto (divertir o leitor ou convencê-lo de alguma idéia, por exemplo), para quem o autor escreve (uma empresa jornalística, uma editora, pessoas próximas etc.) e, finalmente, onde será publicado.
A forma de publicação e circulação interfere em algumas de suas características. As características podem mudar de acordo com o lugar onde o gênero é publicado: jornais e revistas, livros, cartas etc., de forma material, em papel, ou de forma virtual, pela Internet.
Um bilhete para uma pessoa próxima, por exemplo, pode ser escrito em linguagem informal, em qualquer papel e não tem número limitado de palavras. Por outro lado, o fato de um artigo de opinião ser publicado em um jornal interfere diretamente na forma que ele vai assumir, no número de palavras que pode ter na obrigatoriedade de o autor assinar o artigo, responsabilizando-se pelo que escreve.
As características dos gêneros orais também são resultado das situações em que eles são produzidos. Uma conversa de namorados, por exemplo, tem marcas de linguagem muito diferentes das de um debate apresentado na televisão.


Os gêneros textuais, orais ou escritos, podem ser distribuídos em dois grandes grupos: aqueles que não precisam ser estudados, porque os aprendemos espontaneamente em nossa vida diária, e aqueles que precisam ser estudados antes de serem usados. Nesse último caso, estão os textos que aparecem nos jornais, os literários e os científicos. Todos esses gêneros devem ser trabalhados na escola com os alunos. Quanto maior o número de gêneros que eles dominam, melhores condições de cidadania eles têm.




1) Gêneros textuais ou gêneros de texto são:


a) ( ) Cada uma das formas, orais ou escritas, que a língua toma quando a usamos.
b) ( ) Apenas os textos escritos com os quais trabalhamos na escola.
c) ( )Apenas os textos orais que usamos em nossas conversas.


2) Os gêneros orais são:


a) ( ) Os diálogos entre pessoas no dia-a-dia.
b) ( ) Os debates, as palestras e todas as comunicações orais que implicam preparação anterior.
c) ( )As duas anteriores estão corretas e se completam.


3) Os gêneros textuais, orais ou escritos:
a) ( ) Podem ser classificados em gêneros cotidianos, que não precisam de estudos específicos e são dominados por todos, e gêneros mais especializados, os que precisam de estudos anteriores para ser dominados.
b) ( ) São utilizados apenas pelos estudiosos da língua, para serem transformados em objetos de estudo.
c) ( ) São somente objetos de estudo dos currículos escolares, conforme orientam os PCNs




3- une cada gênero ao elemento correspondente da situação de produção:


- Quem fala ou escreve                             Gêneros


Repórter de Jornal                                   Receita Médica
Médico                                                       Romance
Escritor                                                     Texto de Novela
Ator                                                            Notícia


-Leitor ou ouvinte                                     Gêneros


Cliente/Farmacêutico                               Notícia
Leitor interessado em divertir-se            Fala de Novela
Leitor interessado em informar-se          Receita Médica
Telespectador ou Rádio – Ouvinte          Romance


- Lugar de Produção                                 Gêneros


Empresa Jornalística                                Romance
Consultório Médico                                   Notícia
Empresa de TV ou Rádio                          Receita Médica
Editora                                                        Fala de Novela


- Meio de Circulação                                    Gêneros


Livro                                                           Receita Médica
Jornal, Revista ou Editora                        Texto de Novela
Folha de Receituário Médico                    Notícia
Canal de TV ou Emissora de Rádio          Romance
















Para concluir estas atividades, o texto abaixo traz informações que completam suas respostas.
Situação de produção de escrita na escola
É o momento em que o professor organiza as tarefas de leitura e escrita em sala de aula, com o objetivo de levar seus alunos a escreverem gêneros de textos para circular na escola e fora dela e a compreender que, ao produzir esses textos, eles vão comunicar idéias, conhecimentos e sentimentos para um conjunto de leitores que incluem o professor, os colegas e pessoas fora da escola.
Dizendo de outra maneira, durante uma proposta de situação de produção de escrita, o professor ensina aos alunos que quem escreve precisa saber que gênero escreve, por que e para quem escreve e como seu texto chegará aos leitores, possibilitando que eles compreendam qual é o conjunto de elementos que formam qualquer situação de produção de escrita, seja ela uma situação apenas escolar ou de caráter social mais amplo.


O ensino dos gêneros textuais é mais uma "moda" em educação? Para Schneuwly e Dolz, a escola sempre trabalhou com os clássicos gêneros escolares narração, descrição e dissertação ou com o estudo de gêneros literários, como o conto ou a crônica.
A novidade consiste em fazer com que a aprendizagem dos gêneros que circulam fora da escola – os literários, jornalísticos ou mesmo os gêneros cotidianos – seja significativa para o aluno e contribua para o domínio efetivo da língua, possibilitando seu uso adequado fora do espaço escolar.
Segundo os autores, os diferentes gêneros textuais são mobilizados pelas pessoas de acordo com a condição específica da situação de comunicação em que se encontram, oralmente ou por escrito (desde um simples cumprimento matinal até a elaboração de um programa de televisão ou de um artigo científico), e devem ser escolhidos conforme o contexto para serem bem compreendidos.
Prosseguindo a análise, os autores abordam três das formas como os gêneros são usados na escola atualmente, as quais quase sempre aparecem mescladas:
1. Gênero como objeto de estudo, fora de seu contexto de produção. É o caso, por exemplo, de estudar notícias com os alunos, retirando-as do jornal - seu lugar de produção e circulação - e anulando suas marcas textuais e gráficas específicas.
2.
Gênero estudado dentro de uma situação de produção ficcionalizada. É o caso de produzir um jornal na classe, como se fosse um jornal verdadeiro, para estudar as formas de produção e circulação de notícias de um modo mais próximo do que ocorre fora da escola.
3. Gênero estudado numa situação real de produção, utilizado pelos alunos para dizer algumas coisas a alguém. É o caso, por exemplo, da escrita de uma carta ao prefeito, solicitando que a rua da escola seja asfaltada, ou de um debate com pessoas convidadas para falar de orientação sexual para pré-adolescentes, em que os debatedores são os alunos.