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sábado, 24 de dezembro de 2011

COMO CUIDAR DA VOZ



< b>10 dicas para ter uma voz saudável

Muitas pessoas vão à academia e passam horas cuidando de sua aparência e de seu corpo. Mas quem se preocupa com a voz?
Você provavelmente não. Mas deveria. “A sua voz é o seu embaixador para o mundo exterior”, afirma o pesquisador Norman Hogikyan. “Ela retrata sua personalidade e emoções. As pessoas fazem avaliações sobre você com base em sua voz. Problemas com a voz também podem ter um tremendo impacto sobre sua vida”, diz. Confira 10 dicas para ajudar a manter a sua voz em forma:
1 – Mantenha-se hidratado
Beba água para manter seu corpo bem hidratado e evite álcool e cafeína. Suas cordas vocais vibram muito rápido, e ter um balanço hídrico adequado ajuda a mantê-las lubrificadas.
Nota importante: os alimentos que contêm grandes quantidades de água são excelentes, como maçãs, peras, melancia, pêssego, melão, uvas, ameixas, pimentões.
2 – Descanse a voz
Faça vários “cochilos vocais” todos os dias, especialmente durante períodos de uso prolongado. Por exemplo, os professores devem evitar falar durante os intervalos entre as aulas e encontrar maneiras tranquilas de passar a hora do almoço ao invés de falar em uma sala barulhenta com os colegas.
3 – Não fume
Não fume, ou se você já fuma, largue o cigarro. Fumar aumenta o risco de câncer de garganta, e a inalação de fumaça (mesmo passiva) pode irritar as cordas vocais.
4 – Não abuse
Não abuse ou use indevidamente a sua voz. Evite gritar, e tente não ficar falando alto em áreas ruidosas. Se a sua garganta ficar seca ou cansada, ou a sua voz começar a ficar rouca, reduza o uso. A rouquidão é um sinal de que suas cordas vocais estão irritadas.
5 – Relaxe a garganta
Mantenha a sua garganta e músculos do pescoço relaxados mesmo quando você está cantando notas altas ou baixas. Alguns cantores inclinam suas cabeças pra cima ao cantar notas altas e para baixo ao cantar notas baixas. Se não fizer isso, os músculos vocais podem ficar tensos e seu alcance vocal pode diminuir.
6 – Modo de falar
Preste atenção em como você fala todos os dias. Mesmo artistas que têm bons hábitos de canto podem causar danos à voz enquanto falam. Muitos cantores qualificados não continuam seus hábitos saudáveis quando falam. O certo é ter bastante fluxo de ar quando falamos.
7 – Não pigarreie
Não limpe a garganta com muita frequência. Quando você pigarreia, é como se batesse suas cordas vocais em conjunto. Fazer isso em excesso pode prejudicá-las e torná-lo rouco. Experimente um gole de água ou engolir a seco para saciar o desejo de limpar a garganta. Se você sente que tem que pigarrear muito, vá a um médico.
8 – Evite falar quando estiver doente
Se você está doente, poupe a sua voz. Não fale quando você está rouco devido a um resfriado ou uma infecção.
9 – Não sobrecarregue a voz
Quando você tiver que falar publicamente, para grandes grupos ou ao ar livre, pense sobre o uso de amplificação para evitar esticar a sua voz.
10 – Tempo molhado
Umidifique sua casa e áreas de trabalho. Lembre-se: umidade é bom para a voz



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

OBRIGADA EU OU EU QUE AGRADEÇO

QUAL A FORMA CORRETA: "OBRIGADO EU" OU "EU QUE AGRADEÇO"?

Qual a forma correta: "Obrigado Eu" ou "Eu Que Agradeço"
Você já notou que o “acerto” quase nunca é propalado com a mesma velocidade que o “erro”? Por que digo isso? Simples! Há poucos meses, sabe-se lá de quem foi a autoria, a frase “OBRIGADO EU” disparou na preferência popular, desbancando até mesmos os já clássicos “Nóis vai” e a “Gente fomos”.

Errar é humano, todavia, cometer o mesmo erro é perigoso, até porque, atrás de cada palavra há um indivíduo detentor de competências, ainda que às vezes, devido à qualidade do ensino público, essas mesmas competências estejam alicerçadas por frágeis conhecimentos. Assim, para os mais escolarizados, erros dessa natureza causam graça, piadinha de mau gosto, expondo os mais desprotegidos culturalmente ao constrangimento, ainda que velado, o que é pior.

Toda forma de discriminação lingüística é abominável, ainda, não se pode julgar a índole de um cidadão só porque ele cometeu uma gafe; mas não é o que acontece. Já tive notícias de que certas empresas de seleção testam justamente o candidato na hora do agradecimento, assim, ao pronunciar o tal “Obrigado EU”, toda sua prova pode ser desconsiderada e o emprego repassado ao candidato seguinte. Isso é crime? Se considerarmos a discriminação vernacular, sim; mas a dificuldade está em se provar essa discriminação, até porque, ela acontece, como já disse, na surdina, dentro de uma sala, trancada a sete chaves.

E aos críticos mais serenos, uma informação extra-oficial: o suposto erro também é cometido por profissionais de carreira, cujo salário os coloca no topo da pirâmide social, diferentemente do que afirma uma pequena parcela de gramáticos adeptos à filosofia do quanto mais pobre, pior.

Quer uma prova? Então vamos lá! Dias desses, em um grande banco estrangeiro de origem espanhola, a gerente, com o sorriso clareado à mostra, apertou minha mão e disse, pasmem, repetidamente: “Obrigado EU!”. Naquele momento, desculpem-me a franqueza, levantei, dei dois passos em direção à escadaria, retornando em seguida. Vendo-me de novo, a gerente perguntou: “Esqueceu algo, senhor Carlos?” Ainda que intimidado, aleguei que sim! Então, revirando os papéis de sua mesa antes mesmo que eu anunciasse o tal “objeto” motivador de meu retorno, perguntou-me: “O que seria? Por acaso o celular, o Rg, o CPF...?”

Com o sorriso tímido estampado à face, pedi para que ela se sentasse, foi quando, após inspirar profundamente, revelei o motivo de meu retorno: “Querida... desculpe-me a sinceridade, mas eu não esqueci nenhum objeto em sua mesa; pelo contrário, esqueci apenas de informá-la de que a expressão “OBRIGADO EU!” é incorreta, porque sendo o EU um pronome pessoal do caso reto, ele não deve aparecer em final de frases, mas apenas no início, em que desempenha o papel para o qual foi criado: praticar uma ação e não recebê-la, como aconteceu no modelo em epígrafe. O mais provável, ainda que estranho à sintaxe portuguesa, seria se utilizar da expressão “Obrigado MIM”, porque este pronome é quem recebe uma ação desencadeada pelo sujeito. Veja um exemplo clássico: “Este lápis é para mim?”

Visivelmente desnorteada, a moça pegou um lenço de papel e passou-o no rosto, limpando o suor, que lhe caía em abundância.. Ao invés dela pedir que eu procurasse minha “turma” – por que saber se é o Eu quem pratica uma ação e não O Mim?, solicitou que eu continuasse.

A expressão considerada mais adequada à situação seria: “EU QUE AGRADEÇO!”, ou simplesmente, remetendo-se às normas gramaticais alcaides, o popular “DE NADA!”

Levantei-me e, antes que ela pudesse dizer algo, fui-me embora; apesar de instruir uma pessoa - papel que me é delegado pelo meu cargo, senti-me constrangido, afinal, o que ela poderia ter pensado de mim? Talvez um excêntrico ou mesmo um tremendo idiota. Já em casa, algumas horas depois, abri o e-mail e, para minha surpresa, havia a seguinte notinha:

“Prezado senhor Carlos Mota, se o senhor não tivesse a coragem de me corrigir, quantos outros “Obrigados EU” eu poderia ter dito, por plena inocência? De certa forma, esse erro poderia pôr em risco o meu próprio cargo no banco, afinal, relaciono-me com clientes de toda natureza e falar errado torna-se um “motim”, em caso de uma suposta concorrência profissional interna. Como retribuição ao seu gesto, faço questão de dizer tantas vezes quanto forem necessárias: “EU QUE AGRADEÇO A SUA SINCERIDADE!”

Bem, amigos, como perceberam, é vivendo que se aprende. ( Carlos Rogério Lima da Mota. Prof. de Língua Portuguesa)